Monday, October 23, 2006

Os três tipos puros de dominação legítima

Weber é um dos tantos pensadores que a partir de suas experiências foram construindo sua concepção de mundo e pessoa. Para ele a sociedade se constrói pelos motivos e efeitos da ação social dos indivíduos.
E é por isso que ressalta três tipos de dominação que envolve a vida das pessoas.
Uma delas é a “dominação legal”, onde o estatuto é de dominação burocrática de caráter formal, ou seja, fazem-se as leis e elas podem ser modificadas. Possui um eleito e demais membros que obedecem as normas estatais. Nesta dominação não existe cargos especiais ou por motivos pessoais, mas o funcionário é pago conforme o seu posto de serviço a que foi escalado, do inferior ao superior.
Também existem diversos tipos de administração: monarcas, presidente, empresas. Aqui não vem ao caso o tipo de serviço, todos são livres no seu modo de trabalho. O importante é que o trabalho rotineiro seja entregue ao elemento burocrático. A burocracia desempenhou papel importante na história.
Na “dominação tradicional” o eleito quase sempre é uma pessoa do bem, que possui tradição e é reconhecida pelos seus atos. Na sua administração existem os dependentes pessoais, amigos ou pessoas que estão bem ligadas ao chefe.
Nesta dominação encontra-se claro a dependência entre quem é reconhecido com quem segue seus ensinamentos, atos. Existe esta interdependência pelo fato de que se alguém é reconhecido, com certeza é por que tem motivos tradicionais que o levem a este cargo. São experiências adquiridas no decorrer do tempo, que acreditam que possa auxiliar em atos futuros.
Nesta estrutura os servidores são independentes e estes não podem ser retirados de seus cargos, já que estão aí por algum motivo pessoal ou de privilégio, sendo que não sofrem pressão do chefe.
A educação em relação às crianças pelo chefe de família é um exemplo mais claro da dominação patriarcal e tradicional.
Outra é a “dominação carismática”, nela olha-se o lado afetivo, o carisma do líder e quem manda é ele, ou outros obedecem exclusivamente pelas suas qualidades ou enquanto seu carisma prevalece.
Quando a força ou suas qualidades caem, seu domínio sobre os outros também cai.
Não é necessário nesta dominação observar seus méritos, sua competência mas sim o lado carismático pessoal. Sua forma de comandar só é interrompida quando aparece outro concorrente, com outras propostas que a comunidade acha ser também um carismático.
A dominação carismática sobreviveu em muitos lugares em todas as épocas, estendendo sobre todos os homens como uma dominação em tradição e carisma. O líder é considerado aos demais como um herói e os funcionários obedecem porque acreditam que tudo o que manda e eles obedecem é levado em consideração como um prêmio ou podem ser castigados quando desobedecem.
O líder tem que fazer tudo muito bem para que os outros acreditem que ele é aquele a quem devem obedecer, pois quando as mudanças aconteciam o líder perdia o seu valor e era pressionado pelos demais.
É puramente uma dominação pessoal, podendo passar a dominação a outros sucessores quando se vai perdendo o valor por não conseguir mais manter sua liderança por vários motivos (vai perdendo a sua crença).
A troca de senhores dá-se muitas vezes por outro com mais credibilidade e qualificado, caráter pessoal, sorte. Aquele que está até o momento pode indicar outro, por uma eleição onde é escolhido um com “carismas e qualidades” já escolhidos previamente, que deveria ter os mesmos princípios, poderia ser um sacerdote, pois este já fazia muitas atividades como líder.
Em nossos dias atuais seguimos muito estes traços de dominação, seja nas nossas escolas ou na nossa comunidade.
Seguimos nossos caminhos guiados pela LDB, por leis de organização social, por ensinamentos de nossos pais, professores. Nossas relações vêm sendo mais independentes, mas ainda nos encontramos numa sociedade onde a situação de dominação faz parte de nossas vivências. Temos nossos líderes religiosos, governantes e pessoas que nos mostram credibilidade, na qual seguimos e muitas vezes nos tornamos semelhantes a eles.
Para complementar a reflexão sugiro que visitem o link
http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber .

4 Comments:

Blogger Liziani Evaldt said...

Tens razão tentamos ser cada dia mais independentes, entretanto vivemos em uma sociedade que se manifesta entre dominantes e dominados... Abraços...

5:30 PM  
Blogger Cristina Bauer said...

Olá Dulce!
Vivemos sempre dominados de alguma forma, é a estrutura que nos impõe nossa sociedade. Se somos dominados, também somos dominadores, é como uma bola de neve. Se há que existir uma dominação, prefiro a carismática, é impressionante como alguns conseguem dominar apenas pelo seu jeito de ser, não achas?

8:00 PM  
Blogger Fabiana Sparremberger said...

oi Dulce fiz uma visitinha no seu blog e adorei a postagem sobre os tipos de dominação...Beijos:)!!!

6:22 AM  
Blogger Cris said...

O seu texto está muito interessante e concordo que as dominações fazem parte do nosso dia-a-dia.

Um abraço.

9:25 AM  

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